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Sarau “Vozes de Abril”

Pela segunda vez no quadro das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, o AEJD realizou no dia 3 de maio um sarau recheado de música, poesia e testemunhos vividos, apresentado por três alunos do 9.º ano.

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Pela segunda vez no quadro das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, o AEJD realizou no dia 3 de maio um sarau recheado de música, poesia e testemunhos vividos, apresentado por três alunos do 9.º ano.

O grupo «Vox Populi», sediado em S. Pedro da Cova, acedeu gentilmente a estar presente no nosso sarau e brindou a audiência com excelentes interpretações de música de intervenção, com destaque para vários temas de Zeca Afonso, entre os quais o «Grândola, Vila Morena», ao som do qual a noite terminou.
O grupo, formado em 2009 e dirigido por Guilhermino Monteiro, conta entre os seus elementos com um docente da nossa escola-sede e tem já uma carreira notável, com mais de 100 espetáculos realizados e a gravação de um CD. De permeio, vários alunos declamaram poemas, por vezes trazendo também para o palco familiares seus. O mesmo fez um grupo de professores de Português com base em palavras de Abril. O sarau foi também o momento de convocar vidas reais e testemunhos autênticos.

Assim, as professoras Fátima Gomes e Fátima Pinto contaram as suas experiências pessoais de 1974, uma como aluna de uma escola secundária do Porto extasiada pela liberdade conquistada, outra como portuguesa criada em Moçambique e obrigada a vir para a metrópole como «retornada» deixando para trás a terra e a vida que amava. Pudemos ainda escutar o depoimento de dois ex-combatentes da guerra colonial em África, Fernando Prudêncio e Abel Fortuna, que impressionaram pelos seus relatos, mormente o último, que teve as mãos decepadas e perdeu a visão em resultado da explosão de uma mina antipessoal nas matas da Guiné-Bissau.

Foi uma forma excelente de comemorar os 50 anos do 25 de Abril, a sua memória e a sua herança, sobretudo para que as novas gerações entendam o valor da liberdade e a importância crucial de cultivar os valores democráticos que emanaram dessa revolução sem sangue.